Como as drogas atuam
no sistema nervoso central do viciado?
6º Parte
Inalantes
Agentes anestésicos, lança-perfumes,
solventes, cola de sapateiro, combustíveis e outras substâncias voláteis de uso
industrial. Ativam os receptores GABAA e desativam os receptores NMDA do
glutamato, donde o seu efeito depressor. Possuem efeitos indiretos que ativam a
dopamina.Produzem inicialmente euforia com rebaixamento das inibições,
seguindo-se de excitação e perda da coordenação motora, desorientação, visão
turva com alterações na percepção de cores, distorção no sentido de espaço-tempo,
vertigens, enjoos, inquietação, apagamentos.
Os inalantes possuem potencial de
dependência, gerando tolerância e sofrimentos de abstinência.
Opiácios
Ópio, morfina, semi-sintéticos (heroína,
Dolantina). Produzem uma sensação oceânica de prazer e bem-estar, além de ter
um poderoso efeito analgésico.
Os seus efeitos resultam da interação da
substância com os receptores opiácios que existem em várias áreas do SNC,
incluindo a área tegmentar ventral, no Circuito de Recompensa. O organismo
sintetiza os seus próprios opiácios, como as encefalinas e as endorfinas.
Os neurotransmissores podem ter
mensageiros intermediários para o desempenho das suas funções, e os opiácios
interferem no desempenho de alguns desses mensageiros. Assim como o álcool,
eles limitam bastante a entrada de cálcio nos neurônios, impedindo uma
transmissão satisfatória de sinais pelos neurotransmissores.
Os opiácios possuem elevado poder de
dependência, com dois ou três meses de uso. A tolerância desenvolvida pode
alcançar níveis de até cinqüenta ou cem vezes a dosagem inicial do uso.
O uso continuado torna o seu usuário
passivo e apático, até mesmo letárgico, com seus membros pesados, de difícil
movimentação.
Anfetaminas e derivados
Estas drogas estimulantes do SNC são
sintéticas e constituem o elemento básico dos medicamentos chamados
"moderadores do apetite" mas, além do seu uso pelas pessoas que
desejam perder peso, têm sido procuradas, com o nome de "bolinha" ou
"rebite", por motoristas de caminhão, vigilantes noturnos,
universitários, etc., por apresentar também efeitos como redução do sono e da
fadiga, bem como aumento da capacidade de trabalho. A pessoa fala mais
depressa, e como dizem, fica "ligada", com sentimentos de confiança e
presunção. As anfetaminas estão relacionadas entre as substâncias de
"doping" esportivo.
Nos Estados Unidos encontra-se no mercado
ilícito uma metanfetamina que chamam de "Ice", derivada da
anfetamina, para ser usada em cachimbos.O "Extase", atual droga da
moda nas noitadas de "embalo", é outro derivado da anfetamina,
chamado MDMA, que provoca euforia e um bem-estar intenso, juntamente a um
desejo de intimidade, de conversar e de manter proximidade física (não sexual)
com as pessoas. Pode elevar a pressão arterial e produzir hipertermia com muita
transpiração e conseqüente desidratação.
As anfetaminas bloqueiam a recaptação da
dopamina proporcionando, como a cocaina, um aumento da concentração desses
neurotransmissor na fenda sinática. Uma dosagem maior pode levar ao bloqueio
dos receptores, produzindo distúrbios da locomoção.
Também ativam os receptores da serotonina
aumentando a sua liberação, da mesma forma em que fazem aumentar a liberação de
noradrenalina, causadora da sintomatologia clínica referida.
Com o uso continuado, as anfetaminas
podem causar problemas com a locomoção, visão turva e movimentos involuntários
com os olhos (nistagmo), inapetência, náuseas, insônia, mudanças de humor,
irritabilidade e alucinações. Nesse estágio atua como um alucinógeno,
produzindo ataques de pânico, psicose tóxica, episódios paranóicos e depressão
pós-anfetamínica. As dificuldades sexuais agravam os estados paranóicos e as
depressões.
CONTINUA
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