Como as drogas atuam
no sistema nervoso central do viciado?
1º Parte
Droga é toda e qualquer substância,
natural ou sintética que, uma vez introduzida no organismo, modifica suas
funções.
Drogas psicotrópicas são, portanto,
aquelas que atuam sobre o nosso cérebro, alterando nossa maneira de pensar,
sentir ou agir. A princípio podemos entender que todas as drogas recreativas
conhecidas incluindo o álcool, tem por essência esta definição.
As alterações provocadas pelas drogas no
nosso psiquismo não são sempre no mesmo sentido e direção, mas dependem do tipo
de substância consumida.
Dependendo da ação no cérebro, as drogas
psicotrópicas podem ser divididas em três grandes grupos: as depressoras, as
estimulantes e as perturbadoras.
As depressoras diminuem a atividade
cerebral, ou seja, deprimem seu funcionamento e, por essa razão, são chamadas
de "depressoras da atividade do sistema nervoso central" (SNC). A
pessoa que faz uso desse tipo de droga fica "desligada",
"devagar", "flutuando". São exemplos delas o álcool, os
soníferos ou hipnóticos, os ansiolíticos, os opiáceos ou narcóticos e os
inalantes ou solventes.
As drogas estimulantes aumentam a
atividade do cérebro e recebem o nome técnico de "estimulantes da
atividade do SNC". O usuário fica "ligado",
"elétrico". Entre as drogas deste tipo encontram-se a cocaína, o
crack, a nicotina (presente no cigarro), a cafeína e as anfetaminas.
As drogas perturbadoras não produzem
mudanças do tipo quantitativo, como aumentar ou diminuir a atividade do
cérebro. Elas fazem com que esse órgão passe a funcionar fora de seu normal, ou
seja, a pessoa fica com a mente perturbada. São também chamadas de
alucinógenas. Por essa razão, esse terceiro grupo de drogas recebe o nome
técnico de "perturbadoras da atividade do SNC". Algumas drogas deste
tipo são de origem vegetal como o THC (contido na maconha), a mescalina, certos
tipos de cogumelos, lírio, trombeteira, e outras são de origem sintética como o
LSD-25, o Êxtase (ecstasy) e os anticolinérgicos.
O cérebro possui bilhões de células
(neurônios) se interligando das mais variadas formas, promovendo a passagem de
"informação" entre as diferentes regiões do sistema. Quem possibilita
que esses sinais sejam enviados de um neurônio para outro são moléculas
químicas, chamadas neurotransmissores.
As drogas psicotrópicas, por serem também
moléculas químicas, chegando ao cérebro, atuam interferindo na engrenagem da
química cerebral, aumentando, diminuindo ou alterando a forma de atuação dos
neurotransmissores.
Segundo Jandira Masur*: "Euforia,
sentir-se "apagado", mudança do humor, intensificação dos sentidos,
percepção de sons e visões são a tradução comportamental da desorganização da
química cerebral."
Mas, acrescenta esta autora, "essas
sensações são consideradas boas por alguns, desagradáveis ou indiferentes por
outros. O que dita esta diferença? Forma de ser, fatores culturais,
características de personalidade, circunstâncias específicas? A magia química
não responde a estas questões. Estão fora do seu limite. Entra-se aí no
universo não menos mágico da diversidade humana."
* Jandira Masur. 1985. O que é
toxicomania. São Paulo: Editora Brasiliense.Fonte - Drogas sem distorção - A.
Einstein
CONTINUA NA PRÓXIMA
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