Como as drogas atuam
no sistema nervoso central do viciado?
5º Parte
Benzodiazepínicos
Os benzodiazepínicos (medicamentos
ansiolíticos) possuem local próprio nos receptores GABAA onde agem e produzem
um efeito sedativo. O álcool aproveita estes mesmos receptores
benzodiazepínicos do GABA, por não dispor de receptores próprios. Esta condição
de similaridade faz com que os benzodiazepínicos sejam usados para minorar o
sofrimento da abstinência quando se interrompe o hábito de beber.
Os vários
benzodiazepínicos existentes no comércio são classificados quanto ao seu tempo
de ação em longo, médio e curto prazo. Os benzodiazepínicos de curto prazo
possuem uma ação sobre a estrutura do sono e são comercializados como
medicamentos hipnóticos ou soníferos, sendo freqüente o seu uso por
alcoolistas, cujo sono é prejudicado pela ação inibidora do álcool sobre a
serotonina.
A ação dos benzodiazepínicos sobre o sono
se faz pelo reforço nos estágios chamados REM, que correspondem aos períodos de
sonhos, mas reduzem os estágios não REM, sem sonhos, que são justamente os
estágios restauradores dos neurônios em suas atividades. Esta ação parece
contribuir para um prejuízo na memória, já afetada pela ação do
benzodiazepínico sobre o hipocampo.
Esses sedativos bloqueiam a entrada dos
inibidores do nucleus accumbens, aumentando a liberação de dopamina e
promovendo uma sensação de euforia. Os benzodiazepínicos reforçam a ação
depressora do álcool, constituindo uma associação merecedora de maior atenção
por suas conseqüências clínicas e comportamentais.
A dependência aos benzodiazepínicos
processa-se por períodos variados de tempo de uso, podendo ser muito rápida,
por ex. sete dias, como num caso apresentado, até cerca de um ano, mas de modo
geral nós podemos situar o seu início entre dois ou três meses de tratamento
findos os quais, já se deve pensar seriamente na sua interrupção.
Além da dependência, o seu uso abusivo
pode ocasionar problemas como o da memória, já referido, problemas
psicomotores, problemas quanto ao tempo de reação aos estímulos, velocidade e
processamento de informações, estado de vigilância e muitos outros, comuns às
outras drogas depressivas do SNC.
Continua
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